PERMANÊNCIA
Não peçam aos poetas um caminho.
O poeta
não sabe nada de geografia celestial.
Anda aos encontrões da realidade
sem acertar o tempo com o espaço.
Os relógios e as fronteiras não tem
tradução na sua língua.
Falta-lhe
o amor da convenção em que nas outras
as palavras fingem de certezas.
O poeta lê apenas os sinais
da terra.
Seus passos cobrem
apenas distâncias de amor e
de presença. Sabe
apenas inúteis palavras de consolo
e mágoa pelo inútil. Conhece
apenas do tempo o já perdido; do amor
a câmara escura sem revelações; do espaço
o silêncio de um vôo pairando
em toda a parte.
Cego entre as veredas obscuras é ninguém e nada sabe
— morto redivivo.
Tudo é simples para quem
adia sempre o momento
de olhar de frente a ameaça
de quanto não tem resposta.
Tudo é nada para quem
descreu de si e do mundo
e de olhos cegos vai dizendo:
Não há o que não entendo.
Seus passos cobrem
ResponderEliminarapenas distâncias de amor e
de presença. Sabe
apenas inúteis palavras de consolo
e mágoa pelo inútil. Conhece
apenas do tempo o já perdido; do amor
a câmara escura sem revelações;
do espaço
o silêncio de um vôo pairando
em toda a parte.
Cego entre as veredas obscuras é ninguém
e nada sabe — morto redivivo.
Tudo é simples para quem
adia sempre o momento
de olhar de frente a ameaça
de quanto não tem resposta.
Tudo é nada para quem
descreu de si e do mundo
e de olhos cegos vai dizendo:
Não há o que não entendo.
Adolfo Victor Casais Monteiro
ResponderEliminarnasceu no dia 4 de Julho de 1908,
na cidade do Porto, freguesia de Massarelos.
Filho de Adolfo de Paiva Monteiro e de Victorina de Sousa Casais Monteiro, recebeu uma educação laica que privilegiou os valores da cultura e da intelectualidade, típicos do seu estrato social.
Cinco anos após a implantação da República,
Casais Monteiro frequentou, na mesma cidade,
o segundo grau do ensino primário no Colégio Almeida Garrett
e iniciou os estudos liceais no Liceu Rodrigues de Freitas,
ambos no Porto.
Difícil de entender quando é simples.
ResponderEliminarBj
*
ResponderEliminarTulipa,
adorei o teu post,
,
os poetas
vestem os poemas
de letras sumidas
em nuas palavras
perfumando os sonhos
nos lânguidos ventos !
,
poetadas conchinhas,
*
O Poeta sente... e já não é pouco!!
ResponderEliminarMinha querida
ResponderEliminarUma bela definição do poeta.
Deixo um beijinho com carinho e desejo um bom fim de semana.
Sonhadora
Não peçam ao poeta para falar de poesia... ele só sabe escrever poesia, não sabe falar sobre ela!
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