Fermoso rio Lis, que entre arvoredos
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que üas sobre outras, de invejosas,
Ficam cobrindo o vão destes penedos;
Verdes lapas, que ao pé de altos rochedos
Sois morada das Ninfas mais fermosas,
Fontes, árvores, ervas, lírios, rosas,
Em quem esconde Amor tantos segredos;
Se vós, livres de humano sentimento,
Em quem não cabe escolha nem vontade,
Também às leis de Amor guardais respeito.
Como se há-de livrar meu pensamento
De render alma, vida e liberdade,
Se conhece a razão de estar sujeito?
Primavera, Vales e Montes..., Floresta Undécima
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que üas sobre outras, de invejosas,
Ficam cobrindo o vão destes penedos;
Verdes lapas, que ao pé de altos rochedos
Sois morada das Ninfas mais fermosas,
Fontes, árvores, ervas, lírios, rosas,
Em quem esconde Amor tantos segredos;
Se vós, livres de humano sentimento,
Em quem não cabe escolha nem vontade,
Também às leis de Amor guardais respeito.
Como se há-de livrar meu pensamento
De render alma, vida e liberdade,
Se conhece a razão de estar sujeito?
Primavera, Vales e Montes..., Floresta Undécima
Francisco Rodrigues Lobo
ResponderEliminar(Leiria, 1580 — Lisboa, 1622)
foi um poeta português.
Autor regionalista como poucos,
apresenta o cognome de "cantor do Lis".
Nascido numa família de cristãos-novos,
estudou na Universidade de Coimbra
onde se formou em Direito.
Foi na cidade do Mondego que principiou a sua actividade literária, compondo o "romanceiro" quando tinha pouco mais de 16 anos.
Desconhece-se se terá exercido cargos públicos. Na sua escrita percebe-se uma certa influência da lírica de Luís de Camões,
nomeadamente nos temas do bucolismo e do desencanto.
Afirma-se que se dava com a nobreza,
entre os quais Teodósio II, Duque de Bragança e Duarte de Bragança, senhor de Vila do Conde, e que este último lhe dava alojamento.
Morreu afogado no rio Tejo durante uma viagem entre Lisboa e Santarém.
ResponderEliminarViveu durante a Dinastia Filipina,
o que explica as numerosas obras escritas em língua castelhana,
tendo escrito raramente em língua portuguesa.
Foi autor, entre outras, das obras:
• "Primavera" (1601), título geral das três novelas pastoris: "Primavera", "Pastor Pereyrino" e "Desenganado";
• "O Pastor Peregrino" (1608);
• "Condestabre" (1609); e
• "Corte na Aldeia" (1619).
Dessas, "Corte na Aldeia" é considerada como o primeiro sinal literário do Barroco em Portugal
e um contributo importante no que se refere ao desenvolvimento do Barroco na península Ibérica.
A obra é dedicada ao descendente da Coroa Portuguesa,
ou seja D. Duarte, irmão do Duque de Bragança e marquês de Frechilha e de Malagam.
Na dedicatória da obra, Rodrigues Lobo convida D. Duarte de Bragança a preservar e ter orgulho da "língua e da nação Portuguesa"
que, no passado, conheceu momentos muito mais gloriosos.
"Corte na Aldeia" é composta de dezassete diálogos didácticos que descrevem a vida cortesã da época, reflectindo a frustração da nobreza portuguesa pelo desaparecimento da corte nacional, sob a dominação filipina.
O seu nome foi atribuído à Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria.
É também nome de rua em Lisboa, freguesia de Campolide.
Se eu tivesse sabido, com antecedência, que vinha a Leiria, tinha pedido para encherem o rio.
ResponderEliminar:)
(desculpe a minha intromissão
sou assim para o brincalhão).
E olhe que o Rui não brinca sem sentido!
ResponderEliminarÉ que o rio Lis, no Verão, durante a maior parte do tempo, está cheio porque dispõe de um sistema hidráulico que retém a água, na zona da cidade e que regula esse nível automaticamente.
Agora, a necessidade de limpar o leito, levou a que o deixassem correr livremente, aproveitando a chuvita que tem caído.
Gosto imenso do nome desse rio!
ResponderEliminarBjs
Minha querida
ResponderEliminarSaio sempre daqui mais rica, não sabia dessa estória e nem conhecia o poeta.
Um beijinho com carinho
Sonhadora