sexta-feira, 22 de junho de 2012

CAMPO DE LÍRIOS






Trouxe-me um tempo que tinha
de renda um campo de lírios.
Deitei-me à sombra do vento,
à deriva da brancura
que a chuva chorou de terra
e enterrou em semente
comigo, num outro tempo.
Fiquei num tempo pisado
pela ceifa da colheita
e o ânimo que me ensaia
ergue-me à proa da fuga,
agarro-me ao vento e cravo
as esporas da contramão
que sigo com o meu fado.
Subo a eito, ascendo a prumo,
encho o peito e me consumo
na atmosfera viciosa
onde pelejo torturas
que me assombram o regresso
ao campo outrora vingado
de colheitas proveitosas...
Não sou desse tempo agora.
Trouxe-me um tempo que chora
sobre lírios não plantados...

8 comentários:

  1. Um poema de uma amargura sentida e assumida!

    Beijinhos,

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  2. Adorei o teu poema.
    É magnífico.
    Querida amiga, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
    Beijo.

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  3. Bucólica introspeção poética de uma autora que não conhecia. A fotografia - da qualidade esperada... - a fasquia já é alta! :) - faz o enquadramento propício. Uma boa semana cheia de sorrisos, flores e ...poesia

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  4. Não conheço a autora mas tem mérito sem dúvida. A foto, essa não deixa ficar mal a fotografa claro.
    Bjs

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  5. Boa tarde.
    Gostei e fiquei..

    @Trouxe-me um tempo que chora
    sobre lírios não plantados...

    Fantástico!!
    Beijinho

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  6. Obrigada pelo teu carinho.
    Adorei a tua foto e o poema é muito lindo, mas voltarei para comentar mais profundamente. Estou sem computador, só o terei para a semana e não posso demorar muito neste, que não é meu. Desculpa a ausência, voltarei sempre.

    Beijos, com carinho.
    Branca

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  7. Gosto das flores, das palavras e da partilha.

    Tudo de bom.

    ;)

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  8. Segui a ligação até ao Kalinka mas deu-me a mensagem de que continha programas maliciosos :((
    Beijinho

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