terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A INTELIGÊNCIA É O FAROL QUE NOS GUIA



O aviso da vida

Passa a noite inteira dentro do meu quarto

Piscando o olho.

Diz que vigia o meu sono

Lá da escuridão dos mares

E que me pajeia até o sol chegar.

Por isso grita em cores

Sobre meu corpo adormecido ou

Dividindo em compassos coloridos

As minhas longas insônias.

Branco

Vermelho

Branco

Vermelho

O farol é como a vida

Nunca me disse: Verde.

(Adalgisa Nery)



A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. Érico Verrísimo

8 comentários:

  1. O nome da poeta Adalgisa Nery (1905-1980)
    deve soar, para a maioria dos leitores
    como desconhecido.
    Mais ainda: mesmo quem tem informação sobre o nome dela pouco sabe sobre seu trabalho.

    Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira, nome de batismo de Adalgisa Nery,
    foi poeta, jornalista, prosadora e política. Nasceu no Rio de Janeiro,
    filha de um funcionário municipal.

    Órfã de mãe desde os 8 anos, estudou como interna num colégio de freiras.
    Aos 16 anos, casou-se com o pintor paraense Ismael Nery, um dos precursores do modernismo. O casamento durou até a morte de Ismael, em 1934. A relação foi conflituosa e até violenta. O casal teve sete filhos, dos quais sobreviveram apenas dois.
    Viúva, e obrigada a trabalhar para sustentar os filhos, Adalgisa lançou seu primeiro livro, Poemas, em 1937.
    Três anos depois, casou-se com o diretor do temível Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, criado pelo ditador Getúlio Vargas em 1939 para difundir as idéias autoritárias do Estado Novo.
    O casamento durou treze anos.
    Nesse período, Adalgisa viajou pelo mundo em missão diplomática, acompanhando o marido,
    Separada,
    abandonou a literatura e passou a dedicar-se ao jornalismo.
    Também adotou a política.
    Foi deputada três vezes pela legenda do Partido Socialista Brasileiro.
    Seus últimos anos foram melancólicos.
    Nos anos 70, viveu de favor,
    durante algum tempo, numa casa do apresentador de televisão Flávio Cavalcanti, em Petrópolis (RJ).
    Escreveu ainda seis livros -- entre os quais dois de poesia.
    É dessa época o romance Neblina (1972), dedicado a Flávio Cavalcanti.
    Essa dedicatória, certamente ditada pela gratidão, pegou mal na difícil conjuntura política da época.
    Cavalcanti era tido como dedo-duro nos meios de comunicação.
    Em 1976, Adalgisa recolheu-se a uma clínica para idosos, no Rio.
    Um ano depois, sofreu um acidente vascular que a deixou hemiplégica. Morreu em 1980.

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  2. Agradeço a sua passagem pelo lidacoelho.
    Engraçado como muitas pessoas estão encerrando os seus blogues.
    Temos de aceitar quando não se pode criar textos que reúnam muitos amigos à volta deles e que nos façam mais solidários e participativos, então certamente será uma das soluções.
    Eu parece.me que o melhor será parar por um tempo e reorganizar tudo.
    Esta é a minha modesta opinião.
    Gosto muito de a ver cá por casa. Quando não vem são esquecidos.
    Desejo-lhe neste ano muita saúde e bem estar.

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  3. Eu aconselharia uns cortinados opacos, porque dormir com essa variação de luz deve ser complicado. ;)

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  4. É verdade Tulipa, sem inteligência nada feito. O mal é que muitos confundem inteligência com esperteza e tal como me dizia um grande psiquiatra que também foi pedopsiquiatra e era muito conceituado, conhecedor e sábio a inteligência não é uma coisa única é o somatório de diversos factores para além das capaciddaes mentais, tais como a sensibilidade e muitas outros que ele me referiu.

    Beijinho e desculpa vir agora aqui. Só tenho conseguido comentar uma pessoa por dia ou pouco mais. Volto quando estiver menos engripada porque já estou a cair.

    Beijos

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  5. sabes...?

    adorei esta frase...
    "a inteligência é o farol que nos guia...".

    abriu o sinal "verde" ao meu pensar...

    b...jo

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  6. De farol em farol chegamos à luz total. Sempre gostei de faróis, desde o tempo em que lia os livros dos 5. Talvez porque o farol serve para indicar o melhor caminho, ou pelo menos para indicar o caminho que não é aconselhável seguir.

    Beijinhossssssssss

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  7. Afinal o que aconteceu? Deixei aqui um comentário e não apareceu? Por isso me admirei quando me foste dizer que eu não tinha descoberto o teu novo
    espaço! E eu tinha sim , e deixara cá um grande elogio. Gostei imenso, revela um grande intimismo, só te falta pôr uma musiquinha...mas tu chegas lá!
    Sinceros parabéns.
    Beijos.

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