JANEIRO 2012
HOJE descubri alguém, que me deixou fascinada - LYA LUFT
Passei os olhos na sua Biografia, em algumas das suas obras e em muitos dos seus escritos e, decidi que vou divulgar LYA LUFT nos próximos posts.
De tudo que hoje li, escolho para começar a CANÇÃO DAS MULHERES.
CANÇÃO DAS MULHERES
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa:
vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft
Lya Luft
LYA FETT nasceu em Santa Cruz do Sul, uma cidade de colonização alemã, como filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett.
ResponderEliminarA sua família tinha muito orgulho de suas raízes germânicas e, por isso, considerava-se superior aos "brasileiros", embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825.
Durante sua juventude, Lya foi uma tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato durante dois meses.
Porém, desde cedo foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de Göethe e Schiller — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe.
Aos dezenove anos, ela se converteu ao catolicismo, espantando aos pais, ambos luteranos.
A partir de 1959, Lya Luft passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
ResponderEliminarPassou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — já traduziu para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam traduções de Virginia Wolf,
Rainer Maria Rilke,
Hermann Hesse,
Doris Lessing,
Günter Grass,
Botho Strauss
e Thomas Mann.
Em 1963, aos vinte e um anos, Lya se casou com Celso Pedro Luft,
então um irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela.
Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada.
Ela e seu marido tiveram três filhos: Suzana (1965), André (1966) e Eduardo (1969).
De 1970 a 1982, ela trabalhou como professora titular de Linguística na FAPA e obteve o grau de mestra em Linguística (1975, pela PUCRS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS).
ResponderEliminarEm 1985, Lya Luft anulou seu casamento com Celso para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, no Rio de Janeiro.
Eles foram apresentados um ao outros por Nélida Piñon.
Em 1992, quatro anos após a morte de Pellegrino,
Lya voltou a viver como esposa de Celso Luft,
de quem ficou viúva em 1995.
É opositora do ex-presidente Lula e do PT, sendo simpatizante do PSDB e do ex-governador de São Paulo, José Serra, tendo declarado seu voto a este no horário eleitoral em 2010.
Já tomei nota do nome.
ResponderEliminarOs livros que li este mês, de que te falei no meu blogue são:
“O Bom Nome” de Jhumpa Lahiri
“Sweetness in the Belly” de Camilla Gibb – não sei qual a tradução em português. Este já o tinha lido há poucos anos mas gostei de o reler
e “A chave de Sarah” (há um filme baseado neste livro) de Tatiana de Rosnay. Gostei imenso.
Abraço
Muito interessante!
ResponderEliminarAlguém deveria escrever a Canção dos Homens! :-))
Abraço
A canção dos homens...!
ResponderEliminarHá coisas que eu vejo com um sentimentalismo desmedido, outras nem por isso... e tenho pena!
Será que homem tem tempo, de parar e debruçar-se sobre os sentimentos das mulheres e pelo menos ler o que Lya Luft escreveu?
Para mim, homem perde tempo correndo atrás duma bola, e do seu Clube de eleição e nessas alturas esquece que aqueles que o poderiam amar, e amam, estão a fugir-lhe, por falta de carinho (isso é uma pieguice inconcebível nos tempos que correm,para ele...)
Era bonito que homem parasse para conhecer melhor os sentimentos das mulheres, mas não... o que eles conhecem bem é o desejo deles o que lhes dá prazer.
De acordo!
EliminarOlá,Tulipa!!
ResponderEliminarQue bela escolha fizeste!!!Um belíssimo texto da Lya!
Vi seu comentário na Lilá(s),e como a Lya é escritora aqui da minha terra fiquei curiosa!
E sabes que além de ser uma mulher culta ela é simples e muito educada!Não tive o prazer de conhece-la,mas meu marido sim.Ela levou o carro na revenda que ele trabalha,conversou com todos, ele ficou encantado!
Beijos!!
Se fosse visita assídua da minha "tasca" já conhecia a Lia Luft há alguns anos, pois costumo afixar um poema por ano no aniversários do nascimento!
ResponderEliminarBeijinho
Um belíssimo texto da Lya Luft! já conhecia alguns poemas e frases dela. Grande mulher.
ResponderEliminarBjs
Estimada Amiga:
ResponderEliminarRealmente, notável e extraordinário sentir de pperfeição e pureza.
É linda no que concebe de encanto que maravilha.
Beijinhos cristalinos perante a sua beleza.
Semre a admirá-la.
Grato pela gigantesca e notável presença no meu blog. Foi doce.
pena
Adorei.
Tinha razão, é sublime.
É fantástica e mágica no que cria de profunda significação.
mulher...
ResponderEliminaré ser companheira...
é sorrir
apenas...
tal como o homem...
abrazo serrano
Ah! se o homem conseguisse ser tudo isso, a vida seria perfeita e isso é uma utopia! Mas, quando há amor verdadeiro, quanta coisa se consegue...
ResponderEliminaresperemos confiantes, que um dia esse amor nos encontrará numa qualquer curva do caminho.
Vou gostar de saber mais sobre Lya Luft.
Obrigada pela apresentação.
Beijinhos.
Belissimo este texto
ResponderEliminarPróprio de ti
Adorei
Bjgrande do Lago
Agradecida pela tus visita
Minha amiga que mensagem maravilhosa e que diz claramente o que nos vai na alma.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Mulher, sempre mulher!
ResponderEliminarTudo de bom.
Amiga
ResponderEliminarUm texto lindo e de uma pessoa com uma grande alma para poder pensar e transmitir o que sente.
Não conheço a escritora mas fiquei curiosa.Adorei receber a sua visita e voltarei.
Bom fim de semana
Abraço
Nélia
Ad Mulheres merecem tudo! Um beijinhooooooo
ResponderEliminarBelíssimo poema!
ResponderEliminarAndei a visitar o blogue e descobri grandes talentos.
Maravilhoso!
ResponderEliminarGrata pela partilha.