A vida ensinou-me
e hoje é assim que penso e faço:
todos os dias choro...
mas, sigo o conselho do Paulo Coelho:
Independentemente do que sinto,
levanto-me, visto-me e saio para brilhar!
HOJE - na véspera do "Dia da Mãe" venho reflectir sobre a minha missão de Mãe!
Nesta época do ano aparecem entrevistas a filhos que lá vão dizendo o que sentem pela Mãe e, as lágrimas caem quando leio palavras tão lindas que eu, na minha humilde opinião, acho que também as mereço.
Há filhos que reconhecem as qualidades de suas Mães e admitem que a Mãe prescindiu de viver a sua vida em prol dos filhos.
Eu deixei de trabalhar - interrompi a minha vida profissional - Bancária - no auge dos meus 19 anos, para sair da cidade, ir viver no mato - sem pessoas conhecidas, para o marido seguir a sua carreira profissional e eu viver a 100% como Mãe, dedicada ao filho dia e noite.
Hoje pergunto: o que ganhei com isto?
Tristemente a resposta é: NADA.
Não há reconhecimento por 7 anos da minha vida dedicada apenas ao filho - não tinha tempo sequer, de pensar em mim...
Como lutadora que sempre fui - nunca baixei os braços e quando o filho foi para a escola, até numa peixaria fui trabalhar - queria ser independente - ter o meu dinheiro;
quando o meu filho decidiu ir para a Faculdade privada - todo o meu vencimento foi para pagar as mensalidades e passe - durante 4 anos.
Sempre pus os outros à frente de mim - sempre pensei primeiro no filho, na família...
Hoje - estou "arrumada" num canto, ninguém se lembra que existo.
Meu filho formou-se - tem o seu "canudo" - o seu trabalho!
Sei que os filhos não têm que andar sempre a agradecer...
também sou de poucas palavras....
sempre abominei o "queridinho, filhinho e tudo terminado em inho"
mas, no meu ponto de vista - há as acções que dizem tudo.
Compreendo que existem pessoas que não sabem manifestar por palavras aquilo que sentem, mas... ao menos, por acções.
Tenho plena consciência que sempre fui uma boa Mãe.
Mas, infelizmente tive ao meu lado alguém que sempre "abafou" a minha missão, os meus sentimentos, sempre quis de vários modos anular a minha existência, para poder sobressair - comprando o filho com dinheiro, com chantagem e aos poucos isso foi influenciando o próprio filho. Resultado: "eu não existo"!!!
Quando cheguei a Portugal ele tinha 2 anos e três meses
durante cinco anos eu fui pai e mãe - ele mal via o pai, quando se deitava o pai ainda não tinha chegado, quando se levantava o pai já tinha saído e eu ali, a aguentar toda a responsabilidade da sua educação nos meus ombros...
Eu vivia a 1000% para o Lar!
Cozinhava pratos diferentes,
tinha curiosidade de experimentar receitas novas...
Tinha imensa curiosidade em saber se algo do passado ficou na sua memória e há bem pouco tempo perguntei-lhe:
Lembras-te de eu cozinhar isto e aquilo?
Enfim... fui relembrando certas coisas
e as palavras que ouvi, abriram mais um buraco,
no meu já tão desgastado e sofrido coração:
Não, não me lembro de nada disso!!!
Com esta minha veia de aventura pegava no carro e lá íamos por aí... com 9 anos o menino foi fazer férias a Torremolinos
e, vinha cheio de novidades para contar aos seus amiguinhos.
Se não fosse eu, nenhuma dessas viagens tinham acontecido.
Tentei mostrar-lhe um pouquinho de outras culturas,
mas... não consegui transmitir-lhe a vontade de viajar.
Passei períodos muito maus e sempre sem ninguém ao meu lado!
Há pouco tempo li um artigo sobre:
COMO COMBATER A
AGRESSÃO PSICOLÓGICA NO LOCAL DE TRABALHO - A agressão pode ir desde a
violência física e verbal, sendo os mais fáceis de identificar, mas há também
comportamentos de hostilidade que, por estarem camuflados ou serem feitos de
forma mais subtil, devem ser levados em consideração.
Nunca se esqueça de uma
coisa... empregos há muitos e tem de preservar a sua auto-estima e ter orgulho
em si próprio!
Nenhum elemento da família esteve do meu lado neste problema gravíssimo.
Entrei numa depressão profunda e... enquanto trabalhei - saía do trabalho e ia directamente para a consulta de acumpuctura, onde o médico foi o meu auxílio nesta fase péssima;
o meu anjo da guarda, ele via como eu chegava à consulta, completamente de rastos e estava disposto a ir fazer queixa no tribunal de trabalho... eu era humilhada, eu perdi toda a minha dignidade...
Enfim... sempre tive que, sozinha, sair do poço!
Por tudo isto, hoje VALORIZO-ME
já que ninguém o faz...
«A NOSSA FELICIDADE
NÃO PODE DEPENDER DOS OUTROS»
Descobri a importância de fazermos valer os nossos princípios e aquilo em que acreditamos
e descobri ainda que sou de longe
mais forte do que o que eu achava.