os refugiados que todos os dias chegam
... esta questão está na ordem do dia em todos os partidos políticos
O ministro da
Presidência e dos Assuntos Parlamentares assegurou
que Portugal "tem
estado na primeira linha da solidariedade europeia"
confirmando a
previsão de acolhimento de cerca
de 1.500 refugiados de guerra do Médio
Oriente.
Após a reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa,
Marques Guedes
recordou a aprovação, há 15 dias, da estratégia
para auxílio humanitário, por
parte do executivo da maioria PSD/CDS-PP
"O número andará em torno desse valor [de 1.500 refugiados]"
ressalvando que "a decisão tem de ser
tomada a nível europeu"
e que o contingente de refugiados que caberá a
Portugal
"é o que vier a ser decidido a nível europeu", garantindo
que
o país está preparado para responder àquela "tragédia humanitária,
que
tem assumido contornos inacreditáveis".
Dezenas de milhares de refugiados dos conflitos bélicos em
diversas
regiões do Médio Oriente, sobretudo sírios e iraquianos,
além de afegãos,
cruzaram a zona dos Balcãs nas últimas semanas
tentando chegar à Europa
Ocidental.
E que
tal começarem a olhar para quem precisa, cá dentro?
Mais uma cedência a
Bruxelas. O que importa é serem bons alunos.
O tempo dirá se lhes terá valido a
pena.
Pois o "povo português" come muito QUEIJO e esquecem facilmente
o que aconteceu na época das pessoas que vinham das Ex-Colónias...
mas, eu não me esqueço!
Leio muito, pesquiso mais ainda e encontrei um artigo de alguém
que esteve em Angola e faço questão de mostrar aqui a reportagem:
30/03/2014 - Descolonização foi feita "à pressa",
diz António
Passos Coelho
António Passos Coelho considerou ainda que o Portugal de hoje
“é uma
coisa séria” e culpa os políticos, dos vários Governos PS e PSD,
pelo estado a
que o país chegou - A descolonização portuguesa foi feita
“à pressa” em Angola,
país que ficou entregue a partidos armados
que faziam guerra em vez de
política, afirmou o médico António Passos
Coelho, que há 40 anos vivia em
Luanda.
A Revolução de Abril apanhou o médico pneumologista em Luanda,
onde
residia com a mulher e os quatro filhos, entre eles o atual
primeiro-ministro,
e ocupava o cargo de diretor de hospital
e chefe do serviço de combate à
tuberculose.
Nascido em Vale de Nogueiras há 87 anos, em Vila Real,
António Passos
Coelho deixou o Caramulo em 1970 para embarcar
naquela que viria a classificar
como a “loucura africana”, ao aceitar o
desafio lançado pelo então ministro do
Ultramar de organizar
um serviço de pneumologia moderno em Angola.
Esta passagem por África inspirou, anos mais tarde, o livro
“Angola,
amor impossível”, em que o autor aborda a guerra,
o 25 de Abril e a
descolonização.
Na altura, encontrou uma Angola onde a “vida era normalíssima”
e apenas
do norte e leste chegavam alguns relatos da atividade
da guerrilha. Primeiro
passou pelo Bié e, só depois, se instalou
na capital para colocar em
funcionamento um novo e moderno hospital.
A notícia da revolução foi-lhe dada por uma enfermeira, mas não ligou.
O “puto”, como em Angola chamavam à metrópole,
estava demasiado longe, mas
depois o país africano
“entrou em efervescência”.
Quanto à descolonização, afirmou à agência Lusa que
“foi tudo feito à
pressa”. “Eu acho que a independência deveria ter
sido dada com o auxílio da
ONU ou da organização das Nações Africanas,
deveria ter sido assim, de maneira
a ter lá uma força qualquer
que evitasse a guerra entre eles”, salientou.
António Passos Coelho acreditava que o país
caminhava já há alguns
anos para uma independência que iria acontecer com ou
sem 25 de abril
e revelou que, quando estava a recrutar pessoal para o
hospital,
recebeu uma “confidencial” que dizia para contratar também angolanos.
A revolução, na sua opinião, precipitou tudo.
(a história continua no próximo post)
Luanda mudou, transformando-se numa cidade solitária e deserta, onde os cafés e restaurantes de sempre se encontravam de portas fechadas.
ResponderEliminarPelo meio, o médico teve também de se esconder quando se deparou com trocas de tiros e teve que lutar para conseguir combustível para o funcionamento do hospital, que ficou sem eletricidade ou telefone.
Apesar do clima de instabilidade que se foi alastrando, Passos Coelho permaneceu naquele país até às vésperas da independência, a 11 de novembro de 1975,
apanhando o último avião da carreira área para Lisboa.
Talvez por trazer na bagagem a memória de uma Angola “florida e limpa”, o Portugal que encontrou, “sujo e imundo”, deixou-o desolado.
Admirou-se com o desleixo das pessoas, mal vestidas e de barba por fazer, e a alegria que não parecia natural.
Declinou convites que surgiram para deixar de novo o país e fixou-se em Vila Real,
onde foi também diretor de hospital, abriu consultório e foi presidente da Assembleia Municipal, eleito pelo PSD.
Quarenta anos depois, disse acreditar que a Revolução de Abril trouxe
ResponderEliminar“vantagens fantásticas” ao país, com destaque para a liberdade de expressão e de crítica, ainda ao nível do Serviço Nacional de Saúde ou da justiça.
Lamentou, no entanto, que não se tenha conseguido aproveitar o que estava bem antes e afirmou que não se revê neste Portugal,
onde a falta de educação é encarada com normalidade e se insultam ministros e presidentes.
“Vejo tudo isto com muita preocupação. Não há um meio-termo, onde se critique sem insultar”, questionou.
António Passos Coelho considerou ainda que o Portugal de hoje “é uma coisa séria” e culpa os políticos, dos vários Governos PS e PSD,
pelo estado a que o país chegou.
“Isto está mau, está a ser complicado a cortarem-nos nos vencimentos, está mal, e o Estado não tem dinheiro, de maneira que isto é um problema”, concluiu.
Jornal i(Lisboa) – 30.03.2014
ResponderEliminarNo dia em que foi empossado como ministro dos Negócios Estrangeiros do novo Governo, Mário Soares foi logo para Dacar, a capital senegalesa, para iniciar conversações com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Na Zâmbia, Soares protagonizou, com Samora Machel, o chamado "abraço de Lusaca", nas negociações de Portugal com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
Mas muitos continuam a criticar a forma como Mário Soares fez a descolonização. Particularmente os portugueses que tiveram que fugir das ex-colónias, os "retornados".
Pertinente, muito pertinente e actualíssimo este teu artigo (poderias escrever num jornal ou comentar numa TV). O que está a acontecer com os migrantes e refugiados não é nada que não pudesse ser previsto há algumas décadas: a verdade é que os países de onde vêm esses seres humanos cresceram em população enquanto os dirigentes (a maior parte deles apoiados de uma maneira ou outra pelas grandes potências europeias, americanas e asiáticas) não criaram condições económicas e sociais para que os povos possam viver nos locais onde residem há milénios. Por outro lado, o controle da natalidade (isto tem que se dizer!) é urgente, e o que mais me admira é as pessoas sem quaisquer condições de alojamento e identidade continuarem a procriarem nos campos de refugiados sem qualquer acompanhamento ou controlo. Pareço xenófobo ao dizer isto, mas não, a verdade é que isto está a ficar descontrolado por vários motivos (quase todos eles de uma maneira ou outra com origem na ganância ocidental). Neste momento é urgente reduzir a natalidade a nível mundial para que as pessoas não nasçam para morrerem afogadas nos mares ou em camiões de transporte de carne... humana! Estamos a assistir à III guerra mundial, que fará muito mais estragos que as duas anteriores porque a comunicação hoje em dia permite saber o que está a acontecer in-loco, mas as pessoas na sua maioria pouco ou nada podem fazer... os dirigentes mundiais, esses então, limitam-se a palitar os dentes e a tentar descobrir mais um grupo ávido de armas para lhes venderem mais algumas e engordarem as suas contas (sanguinárias) bancárias.
ResponderEliminarQuanto à retirada dos portugueses de África, e a história o dirá, só trouxe desgraça para os países africanos (calem-se lá com essa coisa de que os povos têm direito à independência) e para centenas de milhares de famílias portuguesas que eram... africanas. Foi lá que nasceram e esses países também eram deles, tal como os angolanos, moçambicanos ou cabo-verdeanos de 2ª e 3ª geração que vivem em Portugal são portugueses. Se me conseguirem provar que os autóctones vivem melhor agora na sua terra que há algumas décadas, eu retiro o que disse.
Sou branco, de esquerda (embora issso tenha cada vez menos significado) mas começo a perceber que a história não é aquilo que nos tentam vender nas escolas acomodadas mas a história é a vida real das pessoas e os seus destinos! Se estivermos cá daqui a uns anos para ler isto talvez dewscubram alguma razão nestas minhas palavras.
Parabéns pelo texto. Beijinhooo
O problema dos refugiados é realmente uma vergonha. E isso é, neste momento o que merece a nossa maior atenção...
ResponderEliminarUm beijo.