HOJE os "Meus Pensamentos" só podem ir para MANOEL DE OLIVEIRA
PARTIU...aos 106 anos
O
Convento é um filme luso-francês,
uma longa-metragem de ficção realizada por
Manoel de Oliveira no ano de 1995.
Festival
de Cannes
Ano Categoria Resultado
1995 Palma de Ouro Nomeado
Sitges
Film Festival
Ano Categoria Resultado
1995 Prize of the Catalan Screenwriter's Critic
and Writer's Association Vencedor
SINOPSE
O
professor Michael Padovic é um investigador norte-americano que está a
trabalhar
numa tese que se destina a provar que Shakespeare tinha ascendência
espanhola
e não britânica. Mas faltam-lhe alguns documentos essenciais, os
quais julga estarem
nos arquivos do antiquíssimo Convento da Arrábida, em
Portugal.
Por
esta razão, ele e a sua mulher, Hélène, viajam de Paris até à Arrábida,
onde se
instalam. O seu anfitrião é o guardião do convento, uma estranha
personagem que
dá pelo nome de Baltar.
Há
qualquer coisa de misterioso em Hélène que cativa Baltar.
Para distraír a
atenção do marido dela, sugere-lhe que ele contrate como
sua assistente,
Piedade, a nova arquivista do convento.
Hélène
descobre que o marido a rejeita em favor do trabalho e o facto
de Piedade ser
jovem e bonita aumenta ainda mais a tensão, servindo ao mesmo
tempo os
propósitos diabólicos de Baltar e a subtil manipulação de Hélène.
A situação
torna-se extremamente bizarra e culmina de forma inesperada.
FICHA
TÉCNICA
Realização - Manoel
de Oliveira
Interpretação - Catherine
Deneuve - Duarte de Almeida
- John Malkovich - Leonor Silveira - Luís Miguel Cintra
Sobre
o filme, diz John Malkovich:
Não estava à espera que fosse tão bonito esteticamente,
é mais
estranho e mais encantatório do que parecia na rodagem.
Mas, honestamente, não
fiquei muito surpreendido,
porque sabia que se ia parecer muito com um sonho.
Como
é que sentiu as filmagens?
Ia para lá de manhã, ficava por ali até à tarde,
o
Manoel de Oliveira vinha ter comigo e dizia "coloque-se aqui,
agora ande
daqui até ali, pelo corredor fora".
E
o que achou do Manoel de Oliveira?
O Manoel de Oliveira é incrível.
Apesar dos
87 anos que tem. Sempre presente, vê e ouve tudo,
anda sempre para ali às
voltas, constantemente para cima
e para baixo naquelas montanhas. Chega a ser
cansativo!
Um dia saltou para um muro altíssimo e lembro-me que um
dos membros
da equipa perguntou se eu gostava de ser assim
aos 87 anos. Eu gostaria de ter
sido assim aos 37.
Foi este o único filme que vi, de Manoel de Oliveira!
Concordo em absoluto: em casa falta-me espaço,
na vida falta-me tempo...
Adeus!
Descansa em Paz!
Agustina Bessa-Luís, a grande escritora, que tantas vezes Manoel de Oliveira adaptou para cinema ("Francisca", Party" ou "O Convento", por exemplo), escreveu um dia:
ResponderEliminar"Fim – o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa".
Ao longo dos anos o cineasta libertou-se do fim previsto para qualquer ser humano e criou uma vida sustentada em filmes que sobreviverão ao tempo.
Antes de falecer tinha, é claro, muitos projectos para concretizar.
Ainda recentemente o seu 106º aniversário serviu para mostrar o seu último trabalho, a curta-metragem "O Velho do Restelo".
Mas a sua convivência com Portugal nunca foi fácil:
mais facilmente foi reconhecido lá fora do que aqui.
Os seus filmes eram acusados de demasiado devotos da calma
que não vendia nestes tempos
em que as cenas têm de se suceder a um ritmo que tire o fôlego a todos os espectadores.
Só que, mostrando a solidez das suas convicções, ele continuou a filmar.
ResponderEliminarCom orçamentos sonantes.
Com bons actores estrangeiros.
O seu filme póstumo, "Visita ou Memória e Confissões", filmado em 1982,
e que é muito autobiográfico, poderá só agora ser visto, por vontade do realizador.
CONFESSO publicamente,
ResponderEliminarque o motivo principal de eu ter ido ver este filme,
foi o facto de ter sido gravado na Serra da Arrábida, que amo de paixão!
Alguém perguntou a John Malkovich:
Influenciou-o de alguma maneira aquele local de filmagens tão particular, um convento perdido e abandonado na serra da Arrábida?
resposta:
Gostei imenso do sítio, mas a verdade é que durante a rodagem de um filme há sempre gente o tempo todo e por isso não há grandes hipóteses para se sentir a magia e o mistério do local.
Provavelmente, se tivesse dormido lá, sozinho, teria uma percepção mais rigorosa.
Mas parece-me que a vida dos frades que lá moravam deve ter sido excelente.
Ter umas conversas com Deus, fazer um bocado de jardinagem, rezar e fustigar-se de vez em quando...
O que pode haver de melhor, especialmente se for inglês?
Sobretudo morando naquelas celas extraordinárias, praticamente vazias e totalmente austeras. Muito modernas!
Presenciando aquela simplicidade, é difícil não pensar que andamos a cometer imensos erros na nossa maneira de viver hoje em dia.
Eu já tinha feito um post sobre este filme, num outro blog:
ResponderEliminarhttp://deabrilemdiante.blogspot.pt/2008/12/manuel-de-oliveira-100-anos.html
Outro dos grandes filmes de Manoel de Oliveira e talvez um dos mais "consistentes". Bem escolhido para o homenagear :-)
ResponderEliminarUma longa vida, uma longa carreira um grande realizador e homem. Uma personagem que nunca se perderá.
ResponderEliminarQuanto ao filme não vi... não tenho opinião formada.
Quanto sua belíssima frase, a qual tu terminas o post. Não poderia estar mais de acordo., Em especial a segunda parte.. Na vida falta-me tempo...
beijinho
NUNCA ASSSISTI E NEM SEI SE VOU,POIS É DIFICIL BAIXAR OU FAZER DOWNLOAD DO MESMO.
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